terça-feira, 3 de janeiro de 2012




Sobrevivi posso contar.

Sobrevivi posso contar.

Hoje sou Lei, Sou Maria da Penha.

Maria, Maria, Maria...

Quantas Marias!

Minha vida é um conto real

Cheio de trocadilhos, esclamações e ponto final.

E como toda menina, procurei um parceiro ideal.

E por ele me apaixonei e casei.

No começo, tudo era um sonho, um fantasia.

Mas o que realmente valeu foi o convívio todo dia.

E logo após a nossa segunda filhinha tudo se revelou

E o meu marido em vilão se transformou.

Me agredia, me ofendida, até um assalto simulou.

E com o tiro ele me acertou.

Paraplegica eu fiquei, dali pra frente minha vida mudou.

Lá se foi todo amor. Meu amado virou meu agressor.

A raiva foi tamnha, mas nunca deixei de lutar.

O meu maior desejo foi de minhas filhas bem estar.

E com toda esperança escrevi minha história.

Enfrentando as lembranças ruins, os hematomas, os gritos, os sussurros

os gemidos.

E minhas palavras criaram vida -

por muitas ongs foram ouvidas ou sentidas.

Com firmeza levei meu agressor à justiça

Que o condenou pela crueldade, mas do forum ele saiu em liberdade.

e minha indignação estava estampada, mas não me calei.

E com ajuda, o Brasil eu processei.

E a vitória enfim eu conquistei.

Não, ele não foi preso. Mas em compensação mudei a história deste país.

E as leis que defendiam a mulher, eu as melhorei, aprimorei.

Feliz, satisfeita, hoje empresto meu nome a Lei.

Sobrevivi posso contar.










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