Sobrevivi posso contar.
Sobrevivi posso contar.
Hoje sou Lei, Sou Maria da Penha.
Maria, Maria, Maria...
Quantas Marias!
Minha vida é um conto real
Cheio de trocadilhos, esclamações e
ponto final.
E como toda menina, procurei um
parceiro ideal.
E por ele me apaixonei e casei.
No começo, tudo era um sonho, um
fantasia.
Mas o que realmente valeu foi o
convívio todo dia.
E logo após a nossa segunda filhinha
tudo se revelou
E o meu marido em vilão se transformou.
Me agredia, me ofendida, até um assalto
simulou.
E com o tiro ele me acertou.
Paraplegica eu fiquei, dali pra frente
minha vida mudou.
Lá se foi todo amor. Meu amado virou
meu agressor.
A raiva foi tamnha, mas nunca deixei de
lutar.
O meu maior desejo foi de minhas filhas
bem estar.
E com toda esperança escrevi minha
história.
Enfrentando as lembranças ruins, os
hematomas, os gritos, os sussurros
os gemidos.
E minhas palavras criaram vida -
por muitas ongs foram ouvidas ou
sentidas.
Com firmeza levei meu agressor à
justiça
Que o condenou pela crueldade, mas do
forum ele saiu em liberdade.
e minha indignação estava estampada,
mas não me calei.
E com ajuda, o Brasil eu processei.
E a vitória enfim eu conquistei.
Não, ele não foi preso. Mas em
compensação mudei a história deste país.
E as leis que defendiam a mulher, eu as
melhorei, aprimorei.
Feliz, satisfeita, hoje empresto meu
nome a Lei.
Sobrevivi posso contar.
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